sábado, 22 de novembro de 2014

Ações sociais do Projeto Piauí - Janela aberta para o Mundo

Como contrapartidas previstas no Projeto - Piauí Janela aberta para mundo, foram postas em prática duas ações sociais de grande relevância: A visita ao abrigo São José (abrigo dos idosos) e uma tarde social recreativa, de muitas brincadeiras, em uma casa de acolhimento de crianças carentes e abandonadas.

As fotos do abrigo infantil não podem identificar as crianças, devido ao caráter de sua vulnerabilidade - são crianças que foram retiradas do seio da família por sofrerem de maus tratos ou situações de abandono!

Nas duas ocasiões foram feitas doações, aonde foram entregues brinquedos, lembrancinhas, bombons, livros, roupas, objetos de uso pessoal e alimentos não perecíveis!

Mas o que ficou mesmo foi o afeto que doamos e, principalmente recebemos destes seres humanos tão carentes... todos os alunos ficaram bastante emocionados nas ocasiões... foram momentos comoventes e de grande aprendizado para todos!

Afinal, o principal motivo de nosso trabalho é exatamente esse - mudar a vida das pessoas e formar seres humanos que sejam conscientes e solidários diante da realidade em que vivem.

*Mosaico 1: Visita à casa de acolhimento infantil


*Mosaico 2: Visita ao abrigo dos idosos


Dia da Consciência Negra na Escola Municipal Cândido Athayde






 
 
Na data 20 de novembro, dia da Consciência Negra, a Escola Municipal Cândido Athayde reservou o dia para atrações culturais e debates, que trouxeram reflexões sobre questões importantes e que devem ser lembradas como: a memória histórica africana no Brasil, a diversidade cultural e o respeito às diferenças, a discriminação étnica e os direitos humanos, bem como todas as cores, ritmos, belezas e sons que marcam a identidade e a cultura afro-brasileira.

Na noite deste dia, o professor da Escola Municipal Comendador, Ismatônio Sarmento (o professor Ismar), que participou na oportunidade de uma mesa temática.

Segue abaixo o resumo da palestra pelo próprio professor:

O que significa discriminação? Discriminar quer dizer - fazer distinção, separar, criar uma ponte de diferença entre nós e eles. A humanidade é historicamente e na sua essência discriminatória. Devemos pensar nas formas de lidar com a discriminação e combater veementemente a discriminação assimilada na forma de preconceito.
Mas o que é preconceito? trata-se de uma atitude discriminatória; um julgamento preconcebido, radical e, em geral, agressivo, contra uma outra pessoa. O preconceito coloca de um lado o algoz (ser agônico, portador de sentimentos de aversão, hostilidade, ódios) e de outro a vítima, que é discriminada pelo rótulo ou estereótipo que lhe foi colocado, deturpando e deformulando a sua imagem pessoal.
O racismo, por sua vez, reflete-se como um preconceito ou discriminação pela origem étnica de um indivíduo ou agrupamento de indivíduos.
É sempre uma tentativa de anulação ou de negação do outro. Porém: Como pode o "eu" negar o "outro", se "eu sou o outro"? Se só existo na medida que o outro existe, ou seja, através do contato, alteridade.
Uma das explicações para esta maléfica condição humana pode estar no conceito antropológico de Etnocentrismo. Como pensara o filósofo Michel de Montaigne, no século XVI, nossa rejeição aos costumes e modos de vida diferentes e distantes dos nossos, pode advir de uma visão interna à própria cultura a qual pertencemos. Nossas visões de mundo são sempre muito limitadas ao raio de nossas vivências, tendem a naturalizar valores culturais, generalizando a diferença e gerando intolerâncias.
Ao refletirmos sobre discriminação étnica no Brasil, devemos tomar os negros e índios (sujeitos históricos) como componentes estruturais de um processo histórico-social em pleno movimento e transformação. Estas etnias transfiguraram historicamente de uma violência corporal, para outra exercida contra as mentes; de uma violência simbólica, para outra manifesta na esfera político-social.
Apesar de tudo, índios e negros contrariam e continuam desafiando a história.
Os diversos povos negros vindos da África - Yorubás-nagôs, Daomés-gegês, fantis, malés, alufás, hauçás, umbundos, mandingas, as tribos bantos, etc. - escravizados e perseguidos culturalmente por séculos, resistiram a tudo que lhes foi imposto e se unificaram e reinventaram em uma forma nova e rica de identidade, a cultura afro-brasileira.
Pensemos bem! O que seríamos de nós? o que seria de nosso "brasileirismo"? sem o tempero apimentado do acarajé ou o ritmo contagiante do samba na Sapucaí. Da capoeira, símbolo da fortaleza negra. Do candomblé, que traduziu através do sincretismo religioso entre orixás e santos (Ogum-São Jorge; Iansã-Santa Bárbara; Iemanjá-Nossa Senhora dos Navegantes; Oxalá-Jesus Cristo), a audácia, a perícia, a criatividade e inventividade, para adaptação no espaço e permanência no tempo, da fidelidade do homem negro às suas raízes, hoje "africano-brasileiristas".
Com os índios não fora diferente (vítimas das armas do branco, das doenças do branco, da "catequização cultural", do apresamento, do genocídio étnico e ocupação de suas terras). Eles não somente sobrevivem como aumentam suas populações a cada ano, em uma diversidade de tribos, povos, línguas, costumes - são os Nambiquara, Mamaindê, Kraôs, Enawenês-Nawês, Guajajara, Canela, Xavantes, Tembés, Tenetehara, Tremembés, Jê-Timbiras, Wajãpi, Yanomamis, Kayapós, entre tantos outros. Para estes, espiritualidade, crenças, arte, mágica e mitologia não se separam da realidade. A exemplo do ritual da menina moça, um rito de passagem que comporta variantes como a espiritualidade, o mito e a organização social dos povos indígenas; ou dos Xamãs e seus rituais de xamanismo, alentando para os mitos que os criaram e lhe deram os poderes mágicos de sua existência.
Tudo isso nos exige um novo olhar cultural, o que significa recomeçar uma nova história da diversidade cultural brasileira, reconhecendo-a e aceitando-a. Para tal, devemos repensar a cultura e refazer os laços pelos quais a sociedade estabelece suas relações.
Nas últimas décadas, o Estado tem implementado políticas importantes, em virtude das lutas e movimentos populares pró-cultura e pró-direitos humanos. Assim, tornou-se obrigatório o ensino de História e culturas afro-brasileira e indígena, além das políticas de cotas, das garantias legais do direito a igualdade e das demandas de patrimonialização da cultura pelo IPHAN, Hoje, elementos das culturas afro e indígena como o Samba de Roda do Recôncavo Baiano e as pinturas e desenhos gráficos Wajãpi são consideradas patrimônio nacional e patrimônio cultural da humanidade pela Unesco.
São apenas os primeiros passos de uma longa jornada para "driblar" uma história forjada pela discriminação e o preconceito. O dia da consciência negra deve nos lembrar de tudo isso e a educação tem esse papel fundamental de promover esta memória cada vez mais, afim de que construamos um futuro mais humano.
Como afirmou Gilberto Freyre: "Todo brasileiro, mesmo o alvo, cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro".

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Aula prática de campo e pesquisa arqueológica-geológica no Parque Nacional de Ubajara (CE) - pelo Projeto Piauí: Janela aberta para o Mundo

No dia 14 de novembro de 2014, vésperas do feriado da República, foi realizada pela Escola Municipal Comendador Cortez, uma viagem para o Parque Nacional de Ubajara, cujo objetivo era a realização prática de pesquisas e estudos de campo. Este espaço compreende um rico patrimônio cultural e natural, sendo o seu estudo, de interesse para variadas ciências como: a Geologia, a Biologia, a Arqueologia, etc. Sua biodiversidade paisagística exige compromisso com a preservação e sustentabilidade de seus recursos.

Descrição da área:


       É uma Unidade de Conservação de Proteção integral, criada em 1959 pelo Governo Federal. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de preservação da Biodiversidade (ICMBio).
       O Parque natural fica localizado no estado do Ceará, na região da Serra da Ibiapaba, a noroeste do território deste estado.
       Este planalto possui uma forma de relevo dissimétrica, caracterizado por mergulho mais abrupto de um lado (Ceará), e outro lado de mergulho suave (Piauí). Configurando um relevo do tipo cuesta.
       O Parque Nacional de Ubajara fica situado no bordo leste da cuesta da Ibiapaba (o front). Possuindo rochas características dos grupos Serra Grande, Ubajara e Coreaú, sendo predominantemente sedimentar.
       Na fase avançada de formação da Gruta (espeleogênese), o lençol freático foi rebaixado deixando as galerias secas. O teto em alguns trechos cedeu formando salões de abatimento que ficaram cheios de detritos. As evidências mostram que a gruta de Ubajara pode ter sido um mar no passado geológico da região, devido aos fósseis de animais marinhos e as estruturas em rochas calcárias (uma rocha sedimentar que se forma no fundo de oceanos).
 
       Nas grutas, as estalactites e estalagmites (espeleotemas) são formadas por processos químicos (dissolução do bicarbonato de cálcio no calcário, precipitado na forma de calcita) que duram de milhares a centenas de anos. Consistem de estruturas rochosas (cristalizadas) situadas no teto, nas paredes e no piso da gruta. Suas formas lembram diferentes objetos, desde flores, cortinas, animais ou até uma mãe segurando um filho. Em um dos salões, existe uma imagem de nossa senhora, deixada por padres e romeiros em suas peregrinações religiosas do passado.
       É uma região de clima tropical úmido e relativamente frio ao longo do ano, devido a altitude, que ultrapassa os 850 metros. Seu clima e bioma diversificado fazem a transição para as áreas de caatinga e clima semiárido.
 
Vejam abaixo a seção de fotos de nosso trabalho:
Fonte fotográfica: Secretaria Municipal de Educação de Parnaíba (SEDUC)
 






















 
* As fotos acima foram registradas pela SEDUC de Parnaíba-PI e pertencem ao seu acervo autoral.

Projeto Piauí-Janela aberta para o Mundo participa do registro da Procissão de São Francisco de Assis: a maior de Parnaíba

No dia 04 de outubro de 2014 foi realizada em Parnaíba a procissão de São Francisco de Assis. A escola municipal Comendador Cortez viabilizou através do Projeto Piauí - Janela aberta para o Mundo, a participação de dois de seus alunos, para fazer o registro fotográfico deste grande evento religioso e cultural da cidade. A referida procissão contou com o acompanhamento de mais de 70 mil fiéis, segundo os números, mostrando sua relevância no contexto das manifestações religiosas do estado do Piauí.

A valorização das celebrações, rituais e festas religiosas, sejam elas católicas, afro-brasileiras ou indígenas, convergem com a Recomendação para salvaguarda da Cultura tradicional e popular e a Convenção para salvaguarda do Patrimônio imaterial pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco). No ano 2000, foi ratificado no Brasil o decreto-lei que regulamenta ações de identificação e patrimonialização dos bens culturais considerados referências para a identidade nacional, e que pudessem assegurar a permanência e o reconhecimento de práticas e saberes fundamentais para a vida de determinadas comunidades. Sendo o IPHAN, a instituição responsável pelo desenvolvimento destas políticas.

As procissões encontram-se no livro de tombo das celebrações, que incluem os rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social.

Como um projeto interdisciplinar de Educação Patrimonial, almejamos fazer ainda mais pela escola e comunidade parnaibana, na promoção de seus valores, artes, crenças, saberes, técnicas, danças, festas, e tudo que envolve os modos de vida típicos de cada cultura.



Confira o vídeo de reportagem da TV Costa Norte: https://www.youtube.com/watch?v=sP51VYZPES8