A escola municipal Comendador Cortez, tendo em vista a
continuidade e exequibilidade do Projeto – Piauí Janela aberta
para o mundo, esteve no feriado do dia 15 de novembro, data da
proclamação da República do Brasil, realizando pesquisa de campo
no Parque Nacional de Sete Cidades, um dos mais importantes polos
turísticos e de pesquisas geológicas e arqueológicas do Nordeste
brasileiro.
Às 6 horas da manhã do referido dia, deslocaram-se
para a viagem, 22 integrantes, sendo 12 educadores e 10 alunos. A
partir das 8 e 30 deu-se início a rota para visitação de 5 das
sete cidades do parque. Foi, de fato, uma viagem ao conhecimento. A
origem geológica do parque, sua composição geomorfológica e
pedológica, bem como a atuação de sua dinâmica climática e
hidrológica, constitui-se como vertente principal de análises e
explicações. Sempre que o professor geógrafo e coordenador do
projeto, Ismar, estabelecia tais análises e reflexões empíricas,
os alunos sempre atentos, faziam perguntas, anotavam as informações
e faziam suas próprias descobertas. As observações da professora
de ciências, Bruna, além das informações massivas fornecidas
pelos 2 guias turísticos que acompanharam a delegação da escola no
passeio, também foram de grande relevância.
O Parque Nacional de Sete Cidades representa uma área
de preservação ambiental criada no ano de 1961 através de
decreto-lei aprovado pelo presidente Juscelino Kubitschek.
Atualmente, o controle e administração deste ambiente natural fica
a cargo do Instituto Chico Mendes de conservação da biodiversidade
(ICMBio). São 6221 hectares compostos por uma variedade de fauna e
flora, com destaque para suas paradisíacas formações rochosas
ruiniformes. O modelado do relevo desperta a curiosidade e o encanto
de turistas de diferentes lugares do Brasil. Muitas são as lendas,
histórias e versões sobre o passado e a origem das sete cidades
rochosas. Dentre estas, pode ter sido habitada pelos índios tupis
(mais provável), povos fenícios e até mesmo vikings. Nas sete
cidades podemos encontrar além de cachoeiras e piscinas naturais,
modelados rochosos que despertam o imaginário de todos: Pedra dos
canhões, salão do pajé (onde são encontradas pinturas rupestres),
arco do triunfo, pedra do americano, biblioteca, dedo de Deus, Cabeça
de Dom Pedro I, os três reis magos, mapa do Brasil, pedra da
tartaruga, pedra da cobra, pedra do cachorro, etc.
Todas as formas de relevo supracitadas fazem parte da
geologia sedimentar do Planalto Oriental do Maranhão-Piauí. O médio
planalto desta bacia sedimentar, dissecado pelos intensos processos
intempéricos, possui rochas com idades que ficam entre 300 e 100
milhões de anos.
Ao longo do trajeto pelas 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª
cidades, todos puderam apreender um conjunto de experiências que,
sem dúvida, moldaram suas formas de enxergar a Geografia, o meio
ambiente, o nosso estado e o verdadeiro papel da escola, educadores e
educandos.
A viagem ao Parque Nacional de Sete Cidades convergiu ao
alcance das metas alicerçadas pelo projeto Piauí – Janela aberta
para o mundo, que são, dentre outras, a busca de um conhecimento
construído a partir das realidades vivenciadas e empiricizadas pelo
educando, o rompimento de toda e qualquer barreira que se interpõe
ao longo do processo de ensino e aprendizagem, o estabelecimento das
relações entre as múltiplas formas do saber geográfico e
científico em geral, os saberes autônomos produzidos pelo educando,
os preceitos atitudinais necessários ao processo de cidadania, o
respeito ao outro e ao meio ambiente e, principalmente, acreditar que
não existem limites para o interesse, para o saber e, sobretudo,
para buscá-los a partir de uma aproximação prática entre a escola
e o espaço geográfico vivido.
A atividade veio a coroar um ano de realizações e
vitórias para escola Comendador Cortez, a qual continua atingindo
seus objetivos, muito em virtude da obstinação, competência e
empenho daqueles que fazem esta escola.
Deixamos aqui os agradecimentos às educadoras Bruna (de
Teresina a Sete Cidades, tudo começou com o Projeto – agricultura
limpa), Suzana (que muito influenciou intelectualmente) e aos
gestores Roberto (que acredita na educação e na escola pública
como poucos) e Glória, sem os quais tudo isso não se daria. Aos
demais professores, fica a gratidão pela participação de cada um e
por terem acreditado que o planejamento, a interdisciplinaridade, a
organização e o comprometimento são as chaves que abrem as portas
do conhecimento.
A culminância do projeto PIAUÍ – janela aberta para
o mundo, se dará no dia 23/11, sexta-feira, aonde serão
apresentados os trabalhos realizados, além de peças teatrais e
seminários sobre as cidades piauienses.
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